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terça-feira, 16 de setembro de 2025

CIRCUITO CARIOCA DE ARTE DE RUA: CRITICA DE ANILIA FRANCISCA SOBRE A EDIÇÃO DE SETEMBRO


Brasil de Verso em Prosa

(GT Aslucianas)

"Café com Pão, Café com Pão..." e as atrizes circulam pelas cinco regiões do Brasil recitando as poesias de cada região, e cantarolando musicas e histórias nesse espetáculo para todas as histórias.

As músicas escolhidas são bem populares e fazem a plateia cantar junto, deixando a peça bem animada e participativa. A música ao vivo faz com que o público embarque em narrativas folclóricas e poesias com suavidade.

Entretanto, o excesso de elementos e adereços cênicos se faz desnecessário quando as atrizes conseguem representar corporalmente todas as intenções cênicas. Na verdade os elementos as vezes muito pequenos e que exigem as vezes detalhes na manipulação atrapalham o ritmo do espetáculo que poderia acontecer perfeitamente sem a correspondência visual, que parte redundante.


É louvável trazer nomes da literatura nacional para uma peça popular, na rua, o que já faz valer a pena essa narrativa que muitas vezes se assemelha a um sarau. O espetáculo realiza a que se propõe: valorizar arte brasileira e nossa identidade nacional"



Flautas Cariocas

(Orquestra Cariocas de Flautas)

A inusitada orquestra de flautas traz um repertório lindo, com muita personalidade e intensidade. É impressionante ver tantos instrumentos imponentes e com a sonoridade impactante - muito conhecidas dos nossos ouvidos, mas pouco vistas e execuções ao vivo.

O show não só pelas músicas muito bem executadas, mas pelas explicações entremeadas e muito pertinentes e elucidadoras de Sergio Barrenehea. A flauta é instrumento versátil pode oferecer, desde um som ágil e virtuoso até uma sonoridade mais calma e expressiva. Nesse sentido sensibilidade e a expressividade na execução das peças, que trazem vida à música e às emoções que ela pretende transmitir.


É impressionante a capacidade do grupo de tocar junto, manter o ritmo e as variações de intensidade (dinâmica) para criar uma performance coesa e muito envolvente.

Apesar de ser uma orquestra de flautas - talvez uma das únicas do Rio de Janeiro - não traz um repertório difícil, erudito - ao contrário, tiveram a felicidade de optar por músicas bem populares, que representam a música brasileira e seus múltiplos territórios e ritmos: com a capacidade de surpreender o público com um repertório ou uma abordagem inovadora que explore todo o potencial do instrumento.



Diáspora Nordestina

(Coletivo Pé na Lapa)


A intensidade e vida nesse espetáculo trazido pelo coletivo Pé na Lapa, realmente impressiona: não só pelo coro manifestadamente alegre e fazendo a plateia sentir muito prazer e pertencente dessa história e contagiante também politicamente engajada.

A peça conta a diáspora nordestina que é o deslocamento de populações da Região Nordeste do Brasil para outras regiões do país, impulsionado principalmente pela busca de melhores condições de vida e trabalho devido à seca e à falta de oportunidades em sua terra natal. Os destinos históricos incluem a Amazônia (durante o Ciclo da Borracha e outras épocas de seca) e, de forma mais expressiva, o Sudeste e o Centro-Oeste, onde os migrantes contribuíram para o desenvolvimento econômico e cultural.

Essa migração contribuiu muito para a diversidade cultural do Brasil, com
a influência da cultura nordestina em outras regiões e a preservação das tradições locais, além de contribuirem para o desenvolvimento econômico do nosso país.

Os dois narradores conduzem um elenco numeroso que recorre muitas vezes a comédia para ilustrar momentos tensos. Trazem uma coreografia harmoniosa e interessante, com figurinos bem chamativos e carnavalescos bem propícios para a rua, despojados e na estética semelhante ao grupo ao qual têm origem: TÁ NA RUA, que carrega a idéia de improviso e de simplicidade, em que a participação do público é parte essencial da cena.




Por Anilia Francisca

06 de setembro de 2025


Formada em Artes Cênicas pela UNIRIO (2004) e em direito pela SUESC (2001), é pós graduada em Arteterapia e Educação na UCAM, MESTRADO PROFISSIONAL em Teatro pela UNIRIO (2016). É DOUTORA em ARTES DA CENA na UFRJ (2024). 
Encenadora e dramaturga, já escreveu mais de 20 peças. Diretora com diversos prêmios em festivais nacionais, é fundadora e dirige há 25 anos o GENE INSANNO CIA DE TEATRO. É uma das produtoras do Ponto de Cultura eMGI - Ponto Multicultural Gene Insanno (Araruama/RJ). Professora de artes cênicas do RJ há 16 anos. Faz pesquisas sobre multifoco, teatro de autoficcão, ator criador, dramaturgias e teatro pós-dramático. Já dirigiu 5 curtas metragens, fez preparação de elenco e edição de diversos filmes, produziu e criou mais de 30 espetáculos teatrais no estado, além de festivais de artes cênicas, como o FESTAR que está na quinta edição.


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