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domingo, 22 de junho de 2025

CRÍTICA TEATRAL: RONNY PIRES FALA SOBRE O CIRCUITO DE JUNHO - EDIÇÃO DOS NAMORADOS

 Crítica – “Velho Circo, Novo Mundo” (Palhastônicos)



Com uma cenografia elegante em tons neutros e figurinos que dialogam com delicadeza, o espetáculo Velho Circo, Novo Mundo surpreende pela beleza visual e pela precisão cênica. Mas é na musicalidade que ele realmente brilha: composições envolventes, executadas com domínio e sensibilidade, fazem da trilha sonora uma protagonista silenciosa da narrativa.


O texto, recheado de ditados populares e referências à literatura brasileira, conecta humor e cultura de forma inteligente. O jogo entre os artistas é afinado, vivo, e a relação com o público — especialmente na rua — é leve, calorosa e cheia de escuta.


Um espetáculo sensível, divertido e tecnicamente muito bem construído. Vale (muito) ser visto.




🎤 Crítica – “Amor e Rima” (Nego Zú)



Nego Zú entrega em Amor e Rima muito mais do que um show de rap: entrega presença, verdade e afeto. O espetáculo é um encontro entre batida e sentimento, onde a poesia urbana atravessa o ritmo com delicadeza e força.


Cantando o amor e o pertencimento a partir da vivência preta periférica, ele constrói pontes entre a potência da arte e as urgências sociais do nosso tempo. As letras falam de ascensão, de resistência, de autoestima — sem romantizar a dor, mas com honestidade e esperança.


Na praça, seu carisma estabelece uma conexão imediata com o público. É arte que acolhe, que denuncia, que pulsa no coletivo. Amor e Rima emociona, eleva e convida à escuta. Um show que nos faz lembrar que amar, rimar e resistir seguem sendo atos revolucionários.


🎭 Crítica – “O Folclore do Amor” (Grupo Aslucianas)



O Folclore do Amor é um espetáculo encantador que mistura humor, cultura popular e afeto com leveza e poesia. A história de Literário e Cordelina — um casal em pé de guerra tentando entender o que é o amor — diverte e emociona com um texto repleto de referências à nossa literatura, à história do Brasil e à música popular.


A trilha sonora, recheada de clássicos da MPB e do cinema, embala a narrativa com charme e nostalgia. O elenco tem carisma, ritmo e entrega um trabalho cheio de vitalidade, especialmente em espaços públicos, onde o grupo brilha na proximidade com o público.


A única ressalva fica para a parte técnica: aspectos de som e microfonação ainda podem ser mais bem ajustados para valorizar toda a potência da encenação. Mas isso não compromete o encanto geral da peça, que é divertida, brasileira e apaixonante.


            Crítica Teatral   Ronny Pires     @ronnypiress



Ator, diretor e professor. Graduado em Licenciatura em Teatro pelo Universidade Estácio de Sá (2011), pós graduado em Psicopedagogia Institucional, Gestão Educacional pela FACI (2015) e mestrando em Ensino das Artes Cênicas pela UNIRIO. Atua desde 1999 no Grupo Gota, Pó e Poeira, renomado grupo do Espírito Santo. Onde atuou em diversas peças, sendo indicado ao prêmio de melhor ator coadjuvante no Festival de teatro da Tv Gazeta em 2000 com o espetáculo A Lenda do Talismã. Em 2018, recebe o prêmio de melhor ator coadjuvante no Festa - Festival de teatro de Araçuaí - MG com o espetáculo A Absurda Comédia de Duas Vidas. Em 2022 vira cofundador da Cia Ayra-art e estreia seu primeiro monólogo Eu, preto! Em 2023, recebe o prêmio de melhor ator coadjuvante no Fetuba - Festival de teatro de Ubá - MG com o espetáculo Os Sacrilégios do Amor. Em 2024, estreia como diretor do espetáculo Calunga, a princesa que virou boneca. Pela Cia Mais um ponto, mais um conto e foi premiado com melhor direção no Festival de Guaçui.


Este projeto tem o patrocínio da Secretaria Especial de Integração Metropolina - Seim através do Programa Integra Rio

segunda-feira, 2 de junho de 2025

CRITICA TEATRAL: DANI CAMARA FALA SOBRE A EDIÇÃO DE MAIO DO CIRCUITO CARIOCA

 Rio de Janeiro 18 de maio de 2025

Mentirosos

A Cia Teatro Porão demonstra, com propriedade, o talento e a experiência adquiridos ao longo de seus 25 anos de atuação no teatro de rua. Desde o início do espetáculo, vemos o cuidado com a dramaturgia cênica e com o repertório coletivo. O uso de ditados e frases populares na composição dramatúrgica aproxima o espectador do universo apresentado, criando uma atmosfera de familiaridade e participação. E os atores mostram desenvoltura e domínio técnico ao interpretar diversos personagens, transitando entre eles com escolhas simples, porém muito bem executadas, que mantêm a atenção e o envolvimento de todos presentes.

A interação com a plateia se destaca também pela espontaneidade e boa condução. Vemos uma equipe habilidosa, aproveitando a dispersão natural da rua para transformar o espaço em um palco vivo, onde atores e público interagem de forma espontânea e envolvente. Um espectador foi convidado a participar e permaneceu por um longo tempo em cena, com desenvoltura. Esse momento, longe de quebrar o ritmo, ou de ser apenas um recurso cômico, fortaleceu a proposta do espetáculo e criou um elo com o espectador, evidenciando generosidade, cumplicidade e escuta cênica dos atores. 

A trilha sonora, muito bem escolhida, por sua vez, em todos os momentos funciona como um fio condutor que acentua emoções nos momentos certos, transformando o ritual de rua em uma experiência sensorial completa. Como sugestão, seria interessante dedicar atenção à execução musical ao longo de toda a apresentação, para que a contundência seja potencializada ainda mais do início ao fim. 

Outro destaque fica por conta dos figurinos e acessórios, confeccionados manualmente pela própria companhia, que trazem delicadeza e sutileza às peças, aproximando o público das memórias coletivas de afeto. Esse cuidado com os detalhes enriquece a experiência e reforça a conexão geral em todo espetáculo. 

A combinação de todos elementos citados faz da peça uma celebração do teatro de rua, que une técnica e criatividade de maneira harmoniosa e impactante. Saímos com gostinho de “Quero mais”!!! 




Pout Porri Canções do Bituca


Felipe Miranda e Marcus Garrett proporcionaram uma apresentação encantadora e emocionante em homenagem ao mestre Milton Nascimento. Com muita sensibilidade, eles conduziram o público por uma jornada de memórias afetivas, atravessando gerações e envolvendo pessoas de todas as idades presentes na ocasião.

A voz de Felipe, com seu timbre firme e aveludado, marcou a apresentação de maneira especial. Ele não busca imitar Milton, mas imprime sua própria identidade interpretativa, o que torna cada canção ainda mais autêntica. Sua entrega desperta lembranças, sensações e conexões profundas com o público.

Ao seu lado, Marcus Garrett, com sua execução delicada e precisa no violão, acrescenta harmonia e brilho à performance, sustentando com elegância a atmosfera lírica criada por ambos.

O resultado é um encontro respeitoso com o legado de Milton, aliado à liberdade artística de dois talentosos intérpretes que encontram um equilíbrio entre reverência e inovação. Felipe Miranda e Marcus Garrett nos oferecem uma homenagem carregada de beleza e sinceridade, à altura do homenageado.





O Coco que Vira Cocada, Vira Rosa

No espetáculo, As Panambis, se destacam por sua proposta calorosa de celebrar a cultura popular nordestina por meio da música, da dança e da menção à culinária — uma experiência sensorial que, sem dúvida, conquista o público. A escolha de canções, os momentos de dança e a interação direta com a plateia são pontos fortes que tornam a montagem viva, festiva e acolhedora.

As atrizes, com muita experiência de cena, são um dos grandes trunfos da peça. Elas conduzem a narrativa com energia, presença e generosidade, sabendo envolver o público com carisma e ritmo. O espetáculo acerta ao criar momentos de partilha e participação espontânea, fazendo com que o público se sinta incluído e tocado pela atmosfera proposta.

Ao mesmo tempo, é importante reconhecer que, ao explorar uma cultura tão rica e diversa como a do Nordeste, o cuidado na representação faz toda a diferença. Reforço a importância em aprofundar ainda mais a pesquisa sobre gestualidades, sotaques e elementos culturais, evitando possíveis estereótipos e buscando refletir com mais autenticidade toda a diversidade que caracteriza essa região e essa cultura tão especial. O teatro desempenha um papel fundamental nesse processo de valorização, e a equipe já demonstra um talento evidente e uma base sólida para evoluir com pequenas revisões uma escuta mais atenta às nuances culturais. Dessa forma, a homenagem à cultura nordestina pode alcançar um nível maior de sensibilidade e respeito, sem perder a leveza, alegria e o entusiasmo, que existe no espetáculo ganhando cada vez mais verdade.

Parabéns à equipe pelo trabalho dedicado e pela proposta que, sem dúvida, enriquece o cenário teatral e cultural. É uma experiência que certamente deixa uma marca positiva e merece ser celebrada!



Crítica Teatral    Dani Câmara         @souldanicamara

Cantora, compositora, atriz, cidade do Rio de Janeiro e em São Paulo. Formada em Arte Cênicas/Direção Teatral na UFRJ, tem em sua trajetória prêmios e apresentações internacionais entre Argentina, Espanha e Portugal. Tem o Prêmio de Melhor Atriz Juri Popular no Cine Santo André SP com o Longa 'Solanas Explicado as crianças 2024, Melhor Cena e Melhor atuação Festival VR Cena 2021 com ' CORPA de Mula". Indicação melhor atriz coadjuvante Premio Musical Rio 2022 com o espetáculo musical 'Ceu Estrelado', Prêmio melhor cena pela direção do projeto "Disfarce" no Festival Internacional de Guaranésia MG 2021, Prêmio Música Sesi 2023 com "Dengo Preto", Prêmio Festival Internacional Red Bull Music, entre outros. Atualmente é apresentadora do Programa "Papo na Laje" - transmitido na TVT de SP/ Canal Comunitário do RJ e YouTube), é atriz e idealizadora do projeto teatral "Se Quiser Falar de Amor", é gestora da Empresa Cultural Corpa Negrura e desenvolve seu projeto autoral na cena contemporânea e nas plataformas de música e vídeo.


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