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segunda-feira, 31 de março de 2025

DANI CAMARA FALA SOBRE O CIRCUITO CARIOCA DE ARTES DE RUA - EDIÇÃO DO MES DA MULHER

 

Crítica às performances teatrais por Dani Câmara



Flora e o Passarinho



A Gira Cia Andante com muita beleza e propriedade, ocupa o espaço público. A peça teatral “Flora e o Passarinho”, desde a ‘chegança’ até o encerramento do acontecimento cênico, move o platéia com energia e encantamento. A kombi, transporte do grupo, é o objeto principal do cenário e funciona como uma grande caixa de surpresas - ‘objeto mágico’ de onde saem corpos, ideias e imagens. 


O público é contemplado com um espetáculo harmônico, onde temas tão necessários como: cuidado com a natureza e respeito aos mais velhos, são desenvolvidos com maestria no texto dramático, que através da escolha da narrativa, da  construção dos diálogos e da sequência de ações, traz identificação e reflexão ao espectador. Os personagens são muito bem construídos pelos atores e igualmente bem traduzidos através dos outros elementos cênicos: figurino e máscaras. Figurino - uso inteligente e funcional de tecidos com movimento, utensílios e acessórios. Máscaras - confeccionadas com material orgânico, malha de coqueiro, e seu uso pontual na composição visual das cenas. 


Outro ponto alto é a música e o uso de bonecos. A música ao vivo executada pelo violonista do grupo cria sonoplastia e estímulo sonoro a partir de ações e acontecimentos cênicos do momento, e também cria camadas sensíveis com canções muito bem executadas pelos atores que são instrumentistas no espetáculo. Um espetáculo completo com a manipulação de bonecos de vara, que são os personagens principais da trama, e capturam o público com ludicidade e domínio técnico. Todo o conjunto criativo aponta para um teatro que é, ao mesmo tempo, educativo e mágico, refletindo o cuidado com o meio ambiente e com as relações humanas de uma maneira divertida e significativa.








Artistas da Terra (EGITO)


A performance de dança ghawazee das artistas Live França e Yasmin Yasin é uma verdadeira oferenda ao público, marcada pela forte presença e encantamento das bailarinas. Desde o início, com gestos simples como o oferecimento de morangos e sorrisos, elas criam uma atmosfera de doçura e conexão imediata com a plateia. Ao seguir com os movimentos do corpo e do quadril, a dança em praça pública é um poderoso gesto de empoderamento. E mesmo sem um profundo conhecimento da cultura, o público se vê refletido nos corpos das artistas, estabelecendo uma conexão profunda de identificação. 

A troca entre as bailarinas e a plateia, especialmente nos momentos de interação direta, é um dos pontos altos da performance. As artistas conseguem envolver o público com seus gestos e expressões entregando um espetáculo criativo e cheio de magia. O cenário acaba ficando secundário, a sugestão que pode contribuir com a experiência é a utilização mais criativa dos elementos cênicos para ampliar ainda mais a imersão do público. 

Em resumo a performance muito é rica pela execução, e além de nos apresentar outro universo a partir do ritmo, também cria um momento atemporal, um intervalo da aceleração do cotidiano, no qual o público é seduzido pela suavidade e sensibilidade das bailarinas, que criam um espaço de fenda do tempo, onde o gesto e a presença se tornam os principais veículos da linda experiência.




Histórias de Princesas Guerreiras


A peça Histórias de Princesas Guerreiras, do Grupo AsLucianas, é notável por sua capacidade de estimular a leitura e a imaginação do público, conduzindo-nos por narrativas que exploram novos horizontes e possibilidades de existência. Ao apresentar o universo de três guerreiras de diferentes partes do mundo, o espetáculo oferece um convite cativante à imaginação, transportando a platéia a um espaço onde múltiplas realidades se tornam tangíveis. O uso de mapas como elemento dramatúrgico é uma escolha inteligente, pois, ao incorporar a cartografia, a visualização de trajetos físicos, mas também simbólicos, ampliando a experiência sensorial e estabelecendo conexões profundas entre saberes, corpos e culturas.

A composição dos quadros cênicos é outro ponto forte da peça, criando uma dinâmica que integra o público de forma significativa no desenrolar da história. A interatividade proporcionada pelo grupo estimula uma co-criação da narrativa, fazendo com que cada espectador se sinta parte do processo. Esse envolvimento direto transforma a dramaturgia em uma experiência coletiva, onde a plateia se torna co-autora da história, refletindo sobre os temas apresentados e se conectando de forma pessoal com os personagens.

Uma sugestão para tornar o espetáculo ainda mais impactante seria explorar de maneira mais integrada a execução musical. A música, ao ser mais presente e harmônica com os outros elementos cênicos, poderia acrescentar camadas emocionais, ampliando o poder de conexão com o público e enriquecendo ainda mais a atmosfera do espetáculo. 

Outro ponto de destaque é a integração do grupo entre si e, entre o ambiente com sua habilidade de adaptação, a troca de personagens entre as atrizes e o uso de bonecos adicionam um toque de ludicidade e diversão, ampliando o apelo da peça para todas as idades, proporcionando momentos de leveza que equilibram a profundidade da narrativa. O espectáculo é, sem dúvida, uma experiência cativante, brincante e lúdica que vale a pena ser vivenciada.


Circuito Carioca de Arte de Rua



O Grupo As Lucianas merece parabéns não apenas pelo trabalho artístico, mas também pela realização do evento e pela criação do “Circuito Carioca de Artes de Rua". Sob o slogan "Promover teatro onde o povo está", o projeto leva teatro e performances acessíveis e gratuitas a um público amplo e diversificado da Zona Norte, Zona Oeste e Baixada Fluminense, promovendo a democratização do acesso à cultura.

O Circuito de Arte Carioca de Rua é uma iniciativa de grande importância social, pois é uma plataforma para que outros artistas realizem sua arte pública. E ao descentralizar as apresentações, o grupo oferece a oportunidade para que um público que poderia estar à margem das ofertas culturais tenha acesso a cultura. Além disso, a inclusão de recursos de acessibilidade, como tradução em Libras, cadeiras adaptadas para obesos, uma estrutura de som apropriada, e a presença de equipe de apoio logístico, assegura que todos possam vivenciar a experiência de maneira respeitosa e plena, independentemente das suas necessidades.

"Promover teatro onde o povo está" não é apenas um slogan, mas uma ação concreta de inclusão e transformação cultural. O trabalho do Grupo As Lucianas, através de um núcleo central de mulheres, não só enriquece o cenário teatral, mas também contribui significativamente para a criação de uma sociedade mais acessível e igualitária.


Crítica Teatral    Dani Câmara         @souldanicamara

Cantora, compositora, atriz, cidade do Rio de Janeiro e em São Paulo. Formada em Arte Cênicas/Direção Teatral na UFRJ, tem em sua trajetória prêmios e apresentações internacionais entre Argentina, Espanha e Portugal. Tem o Prêmio de Melhor Atriz Juri Popular no Cine Santo André SP com o Longa 'Solanas Explicado as crianças 2024, Melhor Cena e Melhor atuação Festival VR Cena 2021 com ' CORPA de Mula". Indicação melhor atriz coadjuvante Premio Musical Rio 2022 com o espetáculo musical 'Ceu Estrelado', Prêmio melhor cena pela direção do projeto "Disfarce" no Festival Internacional de Guaranésia MG 2021, Prêmio Música Sesi 2023 com "Dengo Preto", Prêmio Festival Internacional Red Bull Music, entre outros. Atualmente é apresentadora do Programa "Papo na Laje" - transmitido na TVT de SP/ Canal Comunitário do RJ e YouTube), é atriz e idealizadora do projeto teatral "Se Quiser Falar de Amor", é gestora da Empresa Cultural Corpa Negrura e desenvolve seu projeto autoral na cena contemporânea e nas plataformas de música e vídeo.



Esse projeto tem patrocínio da Secretaria Especial de Integração Metropolitana através do Programa Integra Rio 

Fotografia: Mila Barroso

sábado, 1 de março de 2025

CRÍTICA TEATRAL: RONNY PIRES FALA SOBRE AS APRESENTAÇÕES DO CIRCUITO DE FEVEREIR0

 

PEIXINHOS DO RIO



       Aline Castro e Bárbara Vento do Carimbaby, trazem com uma ótima musicalidade, gingado e paixão,  histórias de pai para filho e exaltação da mulher. Usando o Pará e Amazônia com referência. Começar o espetáculo trazendo o público para dançar, com coletes e saias , que por sinal é uma ótima ideia do figurinista. Que traz tecidos e estampas originais do carimbó, nos colocando totalmente dentro do espetáculo. Uma viagem por nossa cultura e raízes, de uma forma leve e descontraída com muito aprendizado. Uma experiência incrível!



SINTONIA E FOLIA



O grupo Sintonia Dominó, traz uma agradável vivência de canções infantis em ritmo de carnaval. Uma ótima forma de inserir as crianças no universo do carnaval de uma forma lúdica e didática. 



Eu intitulei de “Bloquinho parado” cheio de leveza e alegria, fazendo nós crianças mais velhas relembramos as alegrias de nossas crianças mais novas. Um show!



 

UM AMOR DE CARNAVAL


    “Abrasileirar” personagens icônicos do carnavalcomo Pierrô, Arlequim e Colombina é de uma genialidade que só poderia vir do Grupo Teatral Aslucianas. Que traz no texto uma história leve e engraçada para explicar um pouco sobre o carnaval. Além disso nos relembrando das clássicas marchinhas de carnaval.

            
Vale muito ressaltar, que em tempos de celular e sem interação social, as crianças super se envolveram com a história de amor trazida na peça, com uma torcida acalorada torcida pelo final feliz. Ressalto ainda a musicalidade do grupo que estava impecável, e uma marcação incrivelmente bem ensaiada, enriquecida por um figurino vivo e super carnavalesco.


                                Crítica Teatral   Ronny Pires     @ronnypiress

Ator, diretor e professor. Graduado em Licenciatura em Teatro pelo Universidade Estácio de Sá (2011), pós graduado em Psicopedagogia Institucional, Gestão Educacional pela FACI (2015) e mestrando em Ensino das Artes Cênicas pela UNIRIO. Atua desde 1999 no Grupo Gota, Pó e Poeira, renomado grupo do Espírito Santo. Onde atuou em diversas peças, sendo indicado ao prêmio de melhor ator coadjuvante no Festival de teatro da Tv Gazeta em 2000 com o espetáculo A Lenda do Talismã. Em 2018, recebe o prêmio de melhor ator coadjuvante no Festa - Festival de teatro de Araçuaí - MG com o espetáculo A Absurda Comédia de Duas Vidas. Em 2022 vira cofundador da Cia Ayra-art e estreia seu primeiro monólogo Eu, preto! Em 2023, recebe o prêmio de melhor ator coadjuvante no Fetuba - Festival de teatro de Ubá - MG com o espetáculo Os Sacrilégios do Amor. Em 2024, estreia como diretor do espetáculo Calunga, a princesa que virou boneca. Pela Cia Mais um ponto, mais um conto e foi premiado com melhor direção no Festival de Guaçui.


Este projeto tem o patrocínio da Secretaria Especial de Integração Metropolina - Seim através do Programa Integra Rio

Confira